De acordo com dados do Atlas da Violência 2017, no ano de 2015, 4.621 mulheres foram assassinadas no Brasil, o que corresponde a uma taxa de 4,5 mortes para cada 100 mil mulheres.
Enquanto a taxa de homicídios de mulheres não negras diminuiu
7,4%, entre 2005 e 2015, o indicador equivalente para as mulheres negras
aumentou 22%.
Publicado pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum
Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o estudo analisa os números e as taxas
de homicídio no país, entre 2005 e 2015, e detalha os dados por regiões,
Unidades da Federação e municípios com mais de 100 mil habitantes.
De acordo com
essas informações não é possível identificar que parcela corresponde às vítimas
de feminicídios, uma vez que a base de dados não fornece essa informação.
Os dados
indicam ainda que, além da taxa de mortalidade de mulheres negras ter
aumentado, cresceu também a proporção de mulheres negras entre o total de
mulheres vítimas de mortes por agressão, passando de 54,8% em 2005 para 65,3%
em 2015. Isso significa que 65,3% das mulheres assassinadas no Brasil no último
ano eram negras.
Em diversos países, as mulheres
negras aparecem como maioria das vítimas em diversos indicadores de violações
de direitos humanos – e no Brasil não é diferente.
Dados da Central de Atendimento à
Mulher – Ligue 180, relativos ao ano de 2013 apontam que 59,4% dos
registros de violência doméstica no serviço referem-se a
mulheres negras.
O Dossiê Mulher 2015, do
Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, aponta que 56,8% das
vítimas dos estupros registrados no Estado em 2014 eram negras. E 62,2%
dos homicídios de mulheres vitimaram negras (19,3%) e pardas (42,9%).
O documento explicita diversos tipos
de condutas violentas, como vítimas de violência obstétrica, assassinatos de
lésbicas, transexuais e travestis, racismo institucional e no sistema de
justiça, intolerância religiosa e racismo na internet, além das violações
sofridas pelas mães dos jovens negros assassinados, agressões físicas,
psicológicas e econômicas, violações sexuais e abandono; as vítimas femininas
negras costumam ser maioria.
As maiores
taxas de homicídio entre mulheres negras foram verificadas no Espírito Santo
(9,2), Goiás (8,7), Mato Grosso (8,4) e Rondônia (8,2). Apenas sete estados
reduziram a taxa de mortalidade de mulheres negras por homicídio entre 2005 e
2015: São Paulo (-41,3%); Rio de Janeiro (-32,7%); Pernambuco (25,8%); Paraná
(-23,9%); Amapá (-20%); Roraima (-16,6%); e Mato Grosso do Sul (-4,6%).
Por Ronaldo Ribeiro
Jornal Publi Cidade
Fonte:
Secretaria de Políticas para Mulheres do Estado da Bahia
Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro
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