sexta-feira, 21 de julho de 2017

MULHER - Negras são mais espancadas e assassinadas.


De acordo com dados do Atlas da Violência 2017, no ano de 2015, 4.621 mulheres foram assassinadas no Brasil, o que corresponde a uma taxa de 4,5 mortes para cada 100 mil mulheres.


Enquanto a taxa de homicídios de mulheres não negras diminuiu 7,4%, entre 2005 e 2015, o indicador equivalente para as mulheres negras aumentou 22%.

Publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o estudo analisa os números e as taxas de homicídio no país, entre 2005 e 2015, e detalha os dados por regiões, Unidades da Federação e municípios com mais de 100 mil habitantes.

De acordo com essas informações não é possível identificar que parcela corresponde às vítimas de feminicídios, uma vez que a base de dados não fornece essa informação. 

Os dados indicam ainda que, além da taxa de mortalidade de mulheres negras ter aumentado, cresceu também a proporção de mulheres negras entre o total de mulheres vítimas de mortes por agressão, passando de 54,8% em 2005 para 65,3% em 2015. Isso significa que 65,3% das mulheres assassinadas no Brasil no último ano eram negras.

Em diversos países, as mulheres negras aparecem como maioria das vítimas em diversos indicadores de violações de direitos humanos – e no Brasil não é diferente.

Dados da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, relativos ao ano de 2013 apontam que 59,4% dos registros de violência doméstica no serviço referem-se a mulheres negras.

O Dossiê Mulher 2015, do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, aponta que 56,8% das vítimas dos estupros registrados no Estado em 2014 eram negras. E 62,2% dos homicídios de mulheres vitimaram negras (19,3%) e pardas (42,9%).

O documento explicita diversos tipos de condutas violentas, como vítimas de violência obstétrica, assassinatos de lésbicas, transexuais e travestis, racismo institucional e no sistema de justiça, intolerância religiosa e racismo na internet, além das violações sofridas pelas mães dos jovens negros assassinados, agressões físicas, psicológicas e econômicas, violações sexuais e abandono; as vítimas femininas negras costumam ser maioria.

As maiores taxas de homicídio entre mulheres negras foram verificadas no Espírito Santo (9,2), Goiás (8,7), Mato Grosso (8,4) e Rondônia (8,2). Apenas sete estados reduziram a taxa de mortalidade de mulheres negras por homicídio entre 2005 e 2015: São Paulo (-41,3%); Rio de Janeiro (-32,7%); Pernambuco (25,8%); Paraná (-23,9%); Amapá (-20%); Roraima (-16,6%); e Mato Grosso do Sul (-4,6%). 

Por Ronaldo Ribeiro
Jornal Publi Cidade
Fonte:
Secretaria de Políticas para Mulheres do Estado da Bahia
Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro





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