BAHIA - Mortes por surtos de várias doenças causam temor à população baiana.

      

     A população do Estado da Bahia está assustada com os efeitos misteriosos da Síndrome de Guillain-Barré, que provoca paralisia no paciente. Também com a falta de fiscalização em saneamentos básicos, florestas e centros urbanos contribuindo com a permanência do temido Aedes e as doenças chikungunya, zika e dengue. 

      A falta do devido controle de epidemias, contribui para o reaparecimento de surtos como a Febre Amarela por exemplo. Há também a temida Doença da Urina Preta e AIDS.

Febre Amarela 

        A Bahia tem novos casos suspeitos de febre amarela em seres humanos. Segundo boletim divulgado terça-feira (07/03), pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), foram 16 novos casos, este ano, até o dia 1º de março. 

        Os casos que continuam em análise são procedentes das cidades de Itiúba, Itamaraju, Nova Viçosa, Teixeira de Freitas, Ilhéus, Feira de Santana, além de dois moradores do estado de Alagoas, que passaram por várias cidades da Bahia. Na cidade de Alagoinhas foi confirmado um caso da doença em um macaco. O animal habita na zona rural da cidade. 

Síndrome de Guillain-Barré 

         A Superintendência de Vigilância e Proteção à Saúde (Suvisa), informa que já foram notificados 119 casos da Síndrome de Guillain-Barré no Estado da Bahia. A doença pode apresentar diferentes graus de manifestação, apresentando desde leve fraqueza muscular em alguns pacientes ao quadro raro de paralisia total dos quatro membros. Pode ser desencadeada pelo vírus Zika. 

        O neurologista do Hospital Sarah, em Brasília, Eduardo Uchôa, explica que a síndrome é uma reação autoimune do corpo. O organismo começa a combater um microorganismo, como vírus ou bactéria, e acaba atacando a si próprio. 

Dengue, zika e chikungunya 

        O Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), realizado pelo Ministério da Saúde, aponta que 165 cidades encontram-se em situação de alerta ou risco de surto de dengue, chikungunya e zika no Estado da Bahia. Desse total, 62 municípios estão em alto risco e 103 em alerta. Outros 64 estão em observação. Os dados do LIRAa, foram apresentados pelo Ministro da Saúde Ricardo Barros. 

       O Ministro chama a atenção para as conseqüências das doenças causadas pela chikungunya, zika e dengue, além da importância de eliminar os focos do Aedes. 

Doença da Urina Preta 

         Um aumento assustador de casos de uma doença desconhecida está espalhando temor na Bahia. Pesquisadores brasileiros e americanos estão investigando. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde da Bahia, já são 52 casos da doença, dos quais dois resultaram em morte.      

        Os laboratórios que tentam desvendar o mistério, quatro no Brasil e um nos Estados Unidos, mas ainda não sabem quando vão concluir as análises das amostras de sangue. Conhecida como “doença da urina preta”, seus principais sintomas são dor muscular extrema, insuficiência renal e urina de cor similar à da coca-cola. Segundo o infectologista Antônio Bandeira, coordenador do comitê de arboviroses da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), que acompanha alguns dos casos, o efeito da doença no organismo é como se o paciente “tivesse feito uma maratona em poucos segundos”. “É uma lesão muscular aguda, então a quantidade de mioglobina que está dentro do músculo acaba saindo e vai para a urina. Ela acaba dando essa cor de Coca-Cola. 

        Esse pigmento também tem uma ação nefrotóxica (tóxica para os rins)”. 

AIDS 

         Em todo o estado já foram 127 registros confirmados, entre primeiro de janeiro e o início desta semana. No extremo sul do estado as cidades com mais ocorrências do contágio são Porto Seguro, Eunápolis e Teixeira de Freitas. No ano de 2016, houveram no Estado da Bahia 189 mortes confirmadas.

Por Ronaldo Ribeiro

Jornal Publi Cidade

Fontes: 

Ministério da Saúde

Sec. de Saúde do Est. da Bahia

Superintendência de Vigilância e Proteção à Saúde (Suvisa)

Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI)