Como deve ser uma consulta segura no ginecologista?
Pesquisa demonstra exposição de diversas denúncias de mulheres que sofreram abusos sexuais e/ou morais em consultórios de ginecologia. Desde ofensas e até estupros, 53% das entrevistadas tinham alguma história traumática para relatar.
Como forma de trazer orientação e ajudar as leitoras a se
sentirem mais seguras, a reportagem conversou com a médica especialista em
ginecologia e obstetrícia Aparecida Monteiro, para entender até que ponto o
médico pode ir uma consulta ginecológica.
Conversa com o ginecologista
De acordo com Aparecida, o ginecologista iniciará a consulta
com um bate-papo. "Ele perguntará sobre doenças que ela já teve, se o
ciclo menstrual é regular e qual a data da última menstruação, histórico de
cirurgias, tabagismo, diabetes e câncer", conta a médica.
Vale lembrar que, como em qualquer outra consulta, perguntar
o histórico de saúde do paciente é normal e importante, pois ajudará o médico a
ter mais informações sobre a sua saúde.
Outro aspecto que gera certo desconforto, mas que o médico
irá questionar, é sobre a vida sexual da paciente. Mas como saber até que ponto
o médico deve perguntar sobre a sua vida pessoal e relacionamentos? "Ele
sempre deve buscar saber sobre tudo o que for ajudar no diagnóstico de alguma
doença. Na dúvida, pense se a pergunta dele tem alguma relação com a sua
própria saúde. Caso contrário, desconfie", afirma a ginecologista.
Se você tiver dúvida sobre alguma pergunta que seu
ginecologista tenha feito, vale indagar sobre qual o objetivo daquela questão.
Pode acontecer, por exemplo, de ele perguntar se você sente dor durante a
relação sexual. É uma informação importante direcionar a consulta.
Vamos juntas
Uma forma de ficar mais confortável em uma consulta desse
tipo é levar a mãe, uma irmã, uma amiga ou até mesmo o companheiro(a). "O
cenário ideal seria se o próprio médico tivesse uma enfermeira trabalhando
junto com ele, que pudesse tranquilizar a paciente", diz Aparecida. Essa
iniciativa é embasada pelos Conselhos Regionais de Medicina, que orienta os
profissionais de ginecologia a atenderem sempre acompanhados por uma
profissional mulher.
Essa pode, inclusive, ser uma exigência da mulher durante o
exame de toque vaginal. A médica explica que teoricamente o médico não pode
impedir que você peça a presença de outra pessoa nesses momentos.
Foi assediada na consulta?
Seja uma piadinha ofensiva ou até o próprio abuso sexual, o
importante é agir contra a conduta inadequada do profissional.
"Independentemente da gravidade do ocorrido, você deve repreendê-lo e, se
sentir que sofreu algum excesso ou abuso, entrar em contato com o Conselho
Regional de Medicina (CRM)". Também é importante registrar a queixa em um
boletim de ocorrência. Em hospitais, você pode ainda relatar o abuso à
ouvidoria ou também realizar uma denúncia junto ao Ministério da Saúde.
Infelizmente muitas mulheres, por medo ou vergonha, se
sentem impotentes para denunciar um abuso sofrido em um consultório
ginecologista. No entanto, não precisa ser assim, é um direito das mulheres
serem respeitadas em qualquer situação e existem pessoas treinadas e
instituições para dar todo apoio, acolhimento e orientação caso essas situações
aconteçam.
Não deixe de ir ao ginecologista
Vale ressaltar que as consultas ginecológicas são de extrema
importância para a saúde da
mulher e devem ser feitas regularmente. Então, não tenha medo de se
consultar com ginecologistas, sejam eles homens ou mulheres, os exames feitos
regularmente podem detectar doenças sérias de forma precoce, favorecendo o
tratamento rápido do diagnóstico.
Por Drª Thassi Stolze - Imprensananet.com
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