terça-feira, 7 de novembro de 2017

POLÍCIA - Porto, Eunápolis e Cabrália em ciranda da Propina.


Três cidades do Extremo Sul da Bahia - Eunápolis, Santa Cruz Cabrália e Porto Seguro - foram alvos na manhã desta terça-feira (07) de uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga contratos fraudados em valores de aproximadamente R$ 200 milhões. Segundo a PF a operação, batizada de Fraternos, tem o objetivo de 'desarticular organização criminosa criada por prefeitos parentes entre si, responsáveis por fraudar licitações nas prefeituras'.


Os Prefeitos José Robério Batista de Oliveira (PSD), de Eunápolis, Claudia Oliveira (PSD), de Porto Seguro, e Agnelo Santos (PSD), de Santa Cruz Cabrália, foram afastados dos cargos por ordem da Justiça Federal e ainda são alvos de mandados de condução coercitiva - quando são levados para prestar depoimento. A PF chegou a pedir a prisão dos três prefeitos, mas o Tribunal Regional Federal da 1ª Região negou.

As investigações, de acordo com a investigação da PF, apontam que as prefeituras envolvidas contratavam, desde 2009, empresas relacionadas ao grupo familiar para fraudar licitações, simulando a competição entre elas. "Após a contratação, parte do dinheiro repassado pelas Prefeituras era desviado, utilizando-se de “contas de passagem” em nomes de terceiros para dificultar a identificação do destinatário final dos valores arrecadados, que, em regra, retornavam para membros da organização criminosa, inclusive através repasses a empresa de um dos prefeitos investigados. Essas mesmas empresas também eram utilizadas para a lavagem do dinheiro ilicitamente desviado", afirmou a PF, em nota.

Depois da contratação do serviço, parte do dinheiro que a prefeitura repassava era desviado para "conta de passagens" de pessoas terceiras, na tentativa de dificultar a identificação do recebedor final. Geralmente, esses valores retornavam para os membros da organização. A PF afirma que em um dos casos os valores eram repassados para uma empresa de um dos prefeitos investigados.


"Os policiais identificaram uma verdadeira “ciranda da propina” na qual as empresas dos parentes revezavam as vitórias das licitações para camuflar o esquema e, em muitos casos, chegavam ao extremo de repassar a totalidade do valor contratado na mesma data do recebimento a outras empresas da família. Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa (Art. 2º, Lei 12.850/13), fraude à licitação (Art. 89 e 98, Lei 8.666/93), corrupção ativa e passiva (Arts. 317 e 333, CP) e lavagem de capitais (Art. 1º, Lei 9.613/98)", destacou a PF. 

Ao todo, a Justiça Federal expediu 21 mandados de prisão temporário (de até cinco dias), 18 de condução coercitiva e 42 de busca e apreensão. As ordens judiciais estão sendo cumpridas na na Bahia, em São Paulo e em Minas Gerais.

As Secretarias de Comunicação Social de Porto Seguro, Eunápolis e Santa Cruz de Cabrália ainda não emitiu nota a respeito, até o fechamento desta postagem.




Ronaldo Ribeiro
Jornal Publi Cidade
Instagram: @jornalpublicidade

Fonte:
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Ministério Público Federal
Controladoria Geral da União
Departamento de Polícia Federal


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

Projeto Coral Vivo - Arraial d'Ajuda, conclui Campanha de Monitoramento.

No último 04 de março, o Projeto Coral Vivo, Unidade Arraial d’Ajuda, finalizou mais uma de suas tão importantes Campanhas de Monitoram...