quinta-feira, 2 de novembro de 2017

PORTO SEGURO se "afoga" com pequena chuva passageira.


Porto Seguro continua aparecendo nas manchetes, sempre que uma simples chuva vem nos brindar contra o calor e a poeira.  Uma das mais importantes cidades costeiras do país, onde o turismo está presente o ano todo, dá uma demonstração de como é uma cidade sem um sistema de coleta pluvial.

No Distrito de Arraial d’Ajuda, o caos se faz presente quando uma nuvem mais escura se aproxima. A Estrada da Balsa, conhecida como o véu da noiva, se torna um martírio para aqueles que chegam ou saem do Distrito, ou para os moradores que ali moram. Não há saída da água pelas laterais, com muros e construções de todo jeito, impedindo a água das chuvas fluírem para o mangue ou para o mar. Por outro lado, e para piorar, não há uma rede pluvial adequada, que possa fazer esse papel, direcionando o volume d'água; contribuindo assim para que os moradores ou turistas sofram essa tortura, ano após ano, chuva após chuva.

As causas das enchentes em Porto Seguro e seus Distritos, de uma maneira geral, são comuns e estão ligadas diretamente a uma urbanização acelerada em seu subúrbio, drasticamente sem planejamento e falta de saneamento básico para a maioria dos bairros. Nas últimas décadas houve uma explosão demográfica, e esse processo veio acompanhado de extrema desigualdade social, grande degradação ambiental além de uma pobreza clara fora das áreas dos cartões postais e dos flashes dos turistas. Tudo isso agravado pela posição pouco clara da Secretaria de Obras, Secretaria do Meio Ambiente e da Secretaria de Relações Institucionais, responsáveis diretas pelo planejamento e execução das obras mínimas necessárias.

Essa ocupação sem planejamento, com o atendimento de serviços básicos bem limitado, tem causado impactos sociais e ambientais em grande parte da cidade e seus Distritos. Lembrando que a falta de coleta de esgoto e a falta de grandes obras de coleta de águas pluviais, vêm acompanhado de problemas graves e constantes problemas de saúde.

Toda essa ocupação urbana causa a impermeabilização do solo e um escoamento superficial ineficaz que fazem com que a cidade esteja propícia a enchentes com uma simples chuvinha de passagem.

A Administração de Arraial d’Ajuda, por sua vez, não se faz presente, não diz para que veio, totalmente perdida, quando vemos chuva após chuva, não assumindo pelo menos parte da responsabilidade que lhe é devida, da limpeza da pequena e inoperante rede pluvial que há na Estrada da Balsa.

De tempo em tempo vemos postarem em grupos de Whats, que escalaram uma pequena equipe de limpeza, que apenas varrem por cima, não entendendo que o grande problema está debaixo da terra, nas tubulações velhas, finas e entupidas. Lembramos que fotos e mensagens postadas em grupos não trazem lucro político administrativo; já foi o tempo; o que realmente traz marketing político é o escoamento das águas no período das chuvas, e a população percebendo que realmente algo está acontecendo de bom, que a equipe da Administração Distrital está fazendo a sua parte em um Distrito tão pequeno.

A Administração Municipal tem muitas ações imediatistas e poucas políticas públicas voltadas para as origens dos problemas. O resultado são problemas recorrentes de enchentes com grandes prejuízos econômicos, agravamento da saúde pública através de doenças de veiculação hídrica, gerando situações de calamidade pública.


Esperemos, rezando, a próxima chuva. Triste.



Ronaldo Ribeiro
Jornal Publi Cidade

Instagram: @jornalpublicidade




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

Projeto Coral Vivo - Arraial d'Ajuda, conclui Campanha de Monitoramento.

No último 04 de março, o Projeto Coral Vivo, Unidade Arraial d’Ajuda, finalizou mais uma de suas tão importantes Campanhas de Monitoram...